A grande maioria dos pais ou responsáveis no Brasil é a favor de restrições sobre o uso de celular por crianças no ambiente escolar. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
De acordo com o estudo, 86% dos consultados é a favor de "algum tipo" de limitação para os aparelhos nesses locais. Esse percentual se divide entre os que preferem o banimento completo dos celulares (54%) e o uso liberado apenas em "atividades didáticas e pedagógicas, mediante autorização prévia dos professores" (32%).
Já os 14% restantes são contra medidas de restrição. Um projeto de lei circula atualmente na Câmara dos Deputados para proibir o uso do celular em ambiente escolar e deve ter aprovação presidencial caso avance no Legislativo.
As atuais discussões envolvem justamente a flexibilização da medida para atividades limitadas e previstas no currículo. A versão atual do texto proíbe o uso dos dispositivos móveis para crianças de até 10 anos e, a partir desta idade, somente em atividades pedagógicas.
O que mais o estudo diz sobre a proibição
Segundo a pesquisa, o público brasileiro na faixa entre 16 e 24 anos é o que mais apoia algum tipo de restrição, mas com tendência maior a concordar com a liberação parcial.
Além disso, o levantamento detectou uma relação entre finanças e um posicionamento sobre o assunto. Quanto mais alta a renda da pessoa, mais ela é favorável à proibição. Só 5% da população "com renda superior a cinco salários mínimos" são contra a proposta em debate. Além disso, 67% dos entrevistados mais ricos acreditam que "os celulares deveriam ser totalmente proibidos".
O estudo identificou ainda que não há diferença na opinião entre quem convive ou não com crianças em idade escolar, como ter filhos ou morar com jovens — ou seja, a faixa etária e a renda seriam fatores mais importantes nesse caso.
A Nexus entrevistou 2.010 cidadãos com idade a partir de 16 anos presencialmente no fim de outubro deste ano, com margem de erro de 2 pontos percentuais.